quarta-feira, 14 de junho de 2017

TEU CORPO – Rafael Rocha

Para mim teu corpo é sempre o mesmo corpo.
Não envelhece. Não tem rugas. Sempre o mesmo.
Até quando escrevo um poema olhando um outro
de qualquer outra mulher eu vejo o teu vivaz e lindo.
Eu sei que o tempo torna as coisas carcomidas
mas teu corpo em mim continua sempre novo.
Sempre como aquele de décadas antigas
esperando meus beijos e minhas carícias.

Irei assim acompanhando essa imagem de teu corpo
ainda que nós ambos estejamos desenvoluindo
e tendo outros olhos a olhar para outros corpos
fingindo e mentindo que ainda são os de antes.
Mas para mim teu corpo é sempre o mesmo corpo
onde redescubro sonhos e desejos de paixão.
Sim! Sim! Porque estamos vivos na paisagem
e não custa sonhar e acreditar que somos e somamos.

Tudo isso serve para a gente espantar a morte
como a beber uma cerveja, um vinho ou um licor.
Viver é uma bebida venenosa a matar lentamente
e isso nós sabemos e criamos antídotos com o olhar.
O teu corpo vem em sonhos e traz variedades
dos momentos de quando o destino bateu na porta
e de quando nunca e jamais as nossas saudades
foram ideias mortas.

Para mim teu corpo é sempre o mesmo corpo.
Não envelhece. Não tem rugas. Sempre o mesmo.
É um poema para meu olhar envelhecido de hoje.

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